Não estou louca,
mas posso afirmar que vivemos numa sociedade injusta, desordeira e rixosa,
cheia de superlativos, pontos interrogativos e comparações! Gente querendo
superar gente; gente excedendo os limites de gente; e gente achando-se melhores
que outrem!
Podemos, sem
dúvida, denominar esses gestos e atitudes como "a anarquia conflitante
entre aquilo que é bom ou ruim!”.
Compreenderemos
esse fato atribuindo-nos perguntas e respostas quanto ao que temos visto por
ai! Não negarei que tenho minhas próprias dúvidas em relação a essas analogias,
ao qual, mediante palavras fortes, sinceras e ousadas, as relaciono
intrepidamente, não me fazendo de juíza e nem de perfeita, e sim, de simples
observadora!
Se o ato de
estabelecer relações semelhantes entre objetos, coisas ou pessoas diferentes se
torna um ato inconsequente e difícil de explicar, então minhas investigações, quanto
ao buscar, interrogar e analisar, não terão nenhum sentido ou fundamento, não
tendo que me deixar dominar pelas palavras!
Assim, anularei
minhas vontades deletando tudo que havia gravado, pesquisado e procurado com
diligência, assim como, os que haviam sidos representados em caracteres de
escrita!
Todavia,
pensando melhor, não vou parar com a minha investida no meio do percurso! Isso,
tornar-me-ia uma anarquista de primeira, por dar começo a um assunto e
considerar que chegou ao fim o que ainda não está pronto!
Assim, voltando a questão da anarquia
conflitante entre aquilo que é bom ou ruim, sabemos que os discutidores e
anarquistas, quase sempre, agitam-se com violência e desprazer, quando acusam o
outro pela sua maneira de agir e ser! Se forem ações positivas, tornam-no bobo;
se forem ações negativas, tornam-no tolo! Sinceramente, quanto a isso, não sei
o que pensar!
Geralmente comparam características, levando
em conta as questões de bondade em relação à maldade, de engano em relação ao
desengano, de justiça em relação à injustiça, de crença em relação à descrença
e de simpatia em relação à antipatia!
Põem-se em risco
seus valores, quando confrontam e exortam o outro de maneira grossa e brusca,
julgando-o segundo seus pareceres clínicos, numa forma desesperada, taxativa e
demasiadamente louca!
Usaremos, então,
esse contexto de empurra empurra para analisarmos se realmente há precisão de aderirmos
à essa anarquia conflitante entre aquilo que é bom ou ruim!
Pois bem! Sabemos que existem
indivíduos que escolhem seguir retas e traçar caminhos de bem; enquanto outros,
sendo contrários, insistem em estabelecer estradas tortas, desniveladas e de
desdém! Assim, começam as disputas, contradições, heresias e choques de
opiniões, cujos interesses não se zelam, não se igualam e não se assemelham; um
achando-se melhor que o outro!
Então, pergunto-vos:
"De onde provera tudo isso; para onde irão esses conflitos e quando se
darão o seu fim?".
Em função disso
tudo é que originam as guerras, disputas, arrastões, desvios de caráter, queda
moral, lapsos e vergonhas; quando vemos, pessoas que praticam coisas justas,
generalizando pessoas que praticam coisas injustas, e pessoas que praticam
coisas impuras, ridicularizando pessoas que praticam coisas puras!
Ninguém se
posiciona ou presta para servir, ou mesmo, para entender o que se passa com o
outro! Os espíritos estão desalinhados, desajustados e ocupados com suas
hierarquias, ideias fixas e acusadoras! Tudo que se dita hoje em dia são deboches,
críticas e escarnecimentos, quando deveria prevalecer o zelo, o amor, o
equilíbrio, o bom senso e a paz!
Os gritos
deveriam de dar lugar a palavras sensatas, enquanto os nervosismos poderiam se
transformar em cautelas! Na verdade, os que praticam coisas boas, sendo boas,
vivem tocando trombetas para serem reconhecidos e aplaudidos na sua retidão,
justiça e pacificidade!
Do contrário, os
que praticam coisas ruins, sendo ruins, se dispõem a mostrar os dentes para
serem sublevados, respeitados e contemplados por aqueles considerados fora da
lei, visando o que é vão, inútil e baldado pela sociedade!
No entanto,
sabemos que a vanglória do homem justo ou injusto, nunca se assentará numa
anarquia cheia de conflitos, guerras, exageros e confusões, cujos soldados,
nada mais são do que um bando de lunáticos zombadores e cascavéis de pernas!
Digo isso para
que saibam que tudo que prescreve justiça, justiça será feita; e tudo que
ordena injustiça, injustiça será dada! Além de que, não se pode mudar as
consequências de nossas escolhas! Se escolhemos aquilo que é justo ou injusto,
temos que esperar pelos resultados naturais, se bons ou ruins!
As críticas,
acepções e os conflitos não provem de Deus e nem fazem parte das obrigações do
homem! O homem é que não se respeita, não se limita e nem se preserva, insistindo
em viver em choques, embates e disputas; não crescendo e nem deixando que os
outros cresçam, não florescendo e nem deixando que os outros floresçam!
Presumo estarmos
lidando com opiniões distorcidas, absurdas e contrárias, quando julgamos e
somos julgados, quando condenamos e somos condenados, quando criticamos e somos
criticados, agindo segundo leis egoístas e estúpidas!
Devemos lembrar
que nem sempre os que praticam coisas boas se tornarão “santos” diante da
sociedade ou diante de Deus! Além de que, os considerados “santos”, na sua
índole e retidão, não vivem julgando os outros, sabendo que poderão tropeçar e
cair, por serem pecadores também!
Digo que ações,
caridades e solidariedades são coisas boas de se fazer! No entanto, um coração
quebrantado, seguro, firme, humilde e autêntico é melhor que milhões de dádivas
misericordiosas! Nesse meio termo, seria melhor que pensassem comigo: Os
justos, agindo de modo íntegro e correto, não estão fazendo além de suas
obrigações?
Podemos convir
que os injustos também sofrem e carecem de necessidades, podendo muito bem serem
consolidados, trabalhados e perdoados, no intuito de se levantarem para crescer!
Por isso, não
instrua com altivez, orgulho e arrogância aos que praticam coisas erradas, mas
sim, exorte-os elegantemente, com palavras brandas, amorosas e suaves! Não os
rejeite, porque, agindo pacientemente e com sabedoria, muitos gênios travessos,
caindo, se levantarão e te recompensarão o auxílio!
Deve-se,
portanto, usar a prática em lugar da teoria, intimando que, os que fazem o bem,
não se façam de super-heróis, e os que fazem coisas más, não se rotulem
bandidos!
Do mesmo modo,
penso eu, que aquele que faz injustiça não fique obrigado a passar de bonzinho,
para não mascarar sua farsa, esconder seus delitos e ocultar sua vergonha!
Deve-se, portanto, ter o perfeito conhecimento de seus atos, no intuito de se auto
avaliar e se reeducar primeiro, contribuindo para sua limpeza espiritual e total
edificação!
Indico que,
aqueles que fazem coisas boas, não confundam aqueles que fazem coisas más,
açoitando-os com retalhações e ultrajarias, ou mesmo, com palavras mal ditas,
frias e ásperas, pensando serem melhores que outrem! Mas sim, que os exortem
com prudência, mansidão e decência!
Não os julguem,
mas os confortem; não os critiquem, mas se importem, para que extraviem da
perdição e não sejam confundidos ou desviados da verdade!
Não entrem em
conflitos que se vão com o vento e que nada contribui para a edificação! Usem
de práticas suaves, otimistas e construtivas, favorecendo um ao outro com
docilidade e respeito, acolhendo-os com ternura e ganhando-os com mansidão!
Creio que isso é fazer o bem!
Atento também
para aqueles que fazem coisas vãs, que não sobejam sobre aqueles que lhes
desejam a salvação; mas que lhes respeitem com educação! Não os aborreçam, mas
os percebam; não os esbravejam, mas os mereçam; não os escarneçam, mas os ouçam
com atenção!
Usem de bom
senso, inteligência e lógica, para não desativá-los ou afastá-los de suas
convivências! Afinal, é óbvio que precisarão de seus conselhos e de suas
admoestações também! Isso é agir com prudência, sabedoria e segurança!
Nenhum de nós,
justos ou injustos, temos o direito de proceder exames em ninguém, para não
gerar conflitos, debates ou conversinhas tolas! Temos que ser sensatos,
amáveis, pacíficos e ajudadores, agindo com suavidade e não contidos por
palavrões ou críticas; vestindo a camisa da paz, da humildade, da generosidade,
do respeito e da quietação! Isso é gratificante aos olhos dos homens, e,
especialmente, creio eu, é maravilhoso aos olhos de Deus!
Lembre-se que o
impossível pode se tornar possível se uma única ação generosa se fizer presente
- a de amarmos e respeitarmos uns aos outros! Isso não é loucura e nem
mandamentos de homens, mas sim, de Deus!
Sabemos que essas disputas e essa anarquia
conflitante entre aquilo que é bom ou ruim, nunca poderão ser extraídas de nossas
vistas se não dermos um basta na nossa consciência podre, na nossa língua
quente e na nossa ilimitação!
Ser generoso é saber respeitar seu irmão,
considerados requisitos básicos e preciosíssimos que deveriam de ser preservados
nos livros e nas escolas! Isso é implantar benefícios e boas relações!
Está ai um
motivo para não julgarmos ou praguejarmos sobre as práticas dos justos ou
injustos! Aliás, cada um colherá aquilo que plantou, tendo ciência que o
julgamento não provém de nós mesmos, a não ser do autor de nossas vidas que é
Deus! Lembrem-se que somos apenas criaturas e filhinhos amados do grande
Criador de todas as coisas!
Posso concluir
num único parágrafo que não existem pessoas bondosas ou maldosas, mas sim,
ações que podem ser consideradas generosas ou criminosas! Vamos trazer à
memória o sentido da vida, sabendo agir com generosidade, prudência, amor,
mansidão e amabilidade, e não entremeados em debates, em anarquias, em divisões
ou em conflitos desnecessários, ao qual não leva a lugar nenhum!
Gláucia Cardoso