POSTAGENS

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

NÃO VALEMOS NADA ALÉM DE ERRES CIFRÕES CONSTITUÍDOS DE DÍGITOS E DE INFINITOS ZEROS!!

Venhamos saber que títulos de renda, ações em alta, letras de câmbio, pedras preciosas e dinheiros brutos, são preciosidades que atraem homens de todo mundo! Trata-se de uma descoberta de grande admiração pública, explorada por compulsivistas, materialistas e gananciosos!
Como uma simples folha de papel pode gerar tantas disputas, brigas, guerras e dissensões? Essa bendita moeda corrente tem preparado a terra para o grande choque, o grande confronto entre homens, mulheres e jovens decentes!
Assim, começa a peregrinação por robustas fortunas e luxúrias cambistas, proporcionadas por ouros, esmeraldas, pedras preciosas e erres cifrões! Nossas ganâncias não tem fim, cuja finalidade será sempre o de mudarmos o destino do mundo, de ruim pra pior!
Os homens já não têm mais paz, considerados, quase todos, mercenários do materialismo! Aliás, o que fazem, o fazem erroneamente, realizando confrontos em cima de numerários, moedas correntes e valores exorbitantes!
Ninguém consegue dissipar tão desesperada loucura, virando um grande problemão para a humanidade! Estamos vivenciando o avesso! O dinheiro está em alta, sendo o ouro levado mais em conta que a vida do irmão, ou os bens materiais indo além que as delícias dum mundo cristão paradisíaco!
A crença sumiu, estando as igrejas quase zeradas! Não digo “igrejas” quanto ao número de fieis nas instituições religiosas, porque, o que vimos, são templos lotados de gente se dizendo crentes ou cristãs! Sobretudo, refiro-me “igreja” aos verdadeiros Cristãos, adoradores de Cristo e praticantes da boa fé, as quais são louváveis, amáveis, dóceis e amigos de inimigos!
 São os que admitem que erram, sendo pecadores, imperfeitos e carnais como qualquer outro; mas que, devido ao seu grande amor pela Palavra Sagrada, se doam, se entregam e se humilham aos pés de Cristo! A estes, infelizmente, existe uma inferioridade muito alta em número e devoção!
Assim, levando em conta as coisas vistas hoje em dia, podemos concluir que a caça deixou de ser uma perseguição às bruxas, dando lugar a um confronto particular entre irmão com irmão, amigo com amigo, inimigo com inimigo, pai com filho e filho com mãe! Estamos envolvidos pela facção egoísta, ostentosa e insuportável! O dinheiro tem despejado até sua última gota venenosa, cuja doença tem se espalhado espantosamente pelo nosso Brasil! Quem sabe, até pelo mundo afora!
            Trata-se de uma peste causadora de muitos males, muitos prejuízos e grandes mortandades! Uma maldição que faz com que os homens fiquem mais desesperados, loucos e egoístas, aprisionados entre grades, blindagens e gaiolas! Uma ganância que se propala em dias, meses e anos, prometendo uma série de benefícios, como belas casas, bons carros, contas gorduchas, altos salários, além de um mundo de ostentações!
A hora está chegada, anunciando a sua voluptuosidade material e a sua lepra maldita! Estamos acercados por mistérios, pragas e parasitas que nos alimentam os sonhos de infinitas riquezas e besteiras!
Nem as crianças, abaixo de anos, são poupadas! Nem os jovens, mais estudiosos e modernos, são esquecidos! Nem os velhos, entendidos e experientes, são deixados de lados; estragando um povo preso a raízes e tradições!
Oh dinheiro maldito, que tem exercido influência nefasta, animalesca e negativa entre as pessoas! Que faz com que o irmão machuque seu irmão, que os filhos percam o respeito para com seus pais, que o vizinho se aborreça com nossas simples práticas!
Oh dinheiro cruel, sujo e arteiro, que tira o que está em casa alheia levando-o em cativeiro; que vem subtraindo os valores de um bom cristão; que tem ignorado o humilde, o sensato e o justo! Até quando limitaremos à sua má administração?
Será que esse sentimento de grande proporção egoísta e materialista, realmente possa tornarmos mais felizes do que já somos não tendo nada? Assim duvido! De antemão, posso concluir que não podemos calar diante de tanta hostilidade, calamidade e maldade!
Oh versados em finanças e ostentações! Será que podemos acreditar num futuro melhor, sem problemas, disputas e guerras, nos conscientizando dos malefícios que o dinheiro nos traz? Será que realmente não dependemos desse maldito objeto de apreciações para sermos bem sucedidos na vida?
Assim, devo calar-me ou continuar me queixando de sua ilegitimidade, inutilidade e desvalor, sabendo que, até o que escrevo nessas entrelinhas me serão cobrados os tils, os acentos e os pontos finais?
Acreditem! Não vivo de ideologias e nem de convicções precedentes! Além de que, não vivemos de teorias ou de coisas inverossímeis, porque o que vemos, o vemos a olho nu!
Digo que não são as ideias, cálculos ou previsões que caracterizam pensamentos audazes; mas, tão somente, a certeza de que não valemos nada além de erres cifrões constituídos de dígitos e de infinitos zeros!


                                                            Gláucia Cardoso
                                                     

QUAL O MELHOR DIA QUE LHE CONVÊM!

Estou dizendo: Ninguém poderá servir caviar em dias de gala e rotar pragas em dias quaisquer! Digo que não há tempos específicos que merecem mais atenções que os constituídos por trabalhos! O que somos hoje, deveríamos de o ser para todo o sempre, e não apenas voltados em tempos festeiros ou feriados!
A regra é preservar a boa naturalidade e o habitual de cada dia, não acobertados por máscaras ou felicitações provisórias, nas quais favorecem apenas um conjunto de datas selecionadas no calendário!
Temos que ser sensatos e naturais todos os dias, usando-nos de características próprias nos doadas desde o início de nossa existência! As datas festivas e os feriados, sejam de qualquer caráter exclusivo, foram criados para complementar os dias úteis, nos favorecendo direitos de regalias e entretenimentos saudáveis!
Assim, esses dias agendados não deveriam de estar sendo tratados com exclusividades, as quais, muitos, tem se entregado com ardor, fazendo graça, mostrando-se simpáticos e sendo solidários num único dia!
Sabemos que, na verdade, essas simpatias provisórias não passam de estratégias pessimistas, quando, seus praticantes, apresentam-se de forma contrária no dia posterior, sendo sugestivos a mudanças de temperamento e comportamento!
         Sejam cautelosos! Marcar datas e viver somente para elas nos torna simbólicos, tradicionalistas e irracionais, quando comparados à série seguida dos tempos preciosos que ainda teremos pela frente! Por isso, é sempre bom mantermos um mesmo padrão, uma mesma postura e uma só objetividade, seja ela negativa ou positiva, para mostrarmos que somos verdadeiros e não farsistas!
Devemos ser quem verdadeiramente somos, tanto nos dias de ontem, nos de hoje, quanto nos dias de amanhã! Não se é inteligente praticar coisas bondosas em tempos de regozijo e se metamorfosear um ou dois dias depois!
Datas simbólicas merecem destaque sim, desde que se prescreva a sua espontaneidade nas vinte quatro horas que se seguem em ordem crescente! A indicação de dias, meses e anos nos estabelecem tempos distantes, sabendo que, para alcançá-los, teremos que passar primeiramente pelos dias atuais!
Datas comemorativas como ano novo, carnaval, dia do trabalho, proclamação da república e outros inúmeros feriados são muito comuns no Brasil! No entanto, muita gente vem aproveitando-os para se esbaldarem nas suas orgias, bebedeiras, maledicências, demências e vontades aprisionadas, alegando serem, esses dias, propícios para esse tipo de atitudes radicais!
Assim também são as datas religiosas como Natal, semana Santa e páscoa, consideradas dignas de bondade, ao qual, tradicionalmente falando, são resguardadas, consideradas e espiritualizadas por pessoas de todo tipo. Isso é bom, desde que essa prática popular não venha mascarada num único dia, obrigando, aqueles vestidos de cordeiro, a voltarem às suas práticas de lobo.
 Sejamos sensatos: Não adianta sermos espirituosos em épocas festeiras e aplicarmos maldades nos dias subsequentes! Isso é muito louco! Além de que, usando essas práticas irrisórias sempre haverá controvérsias, disputas e contestações, não é mesmo?
As festividades nos são presenteadas para que saldemos nossos desejos e melhores momentos, livrando-nos da fadiga do quotidiano! Assim, não estrague esses momentos selecionados e os dias posteriores ao feriado! Tenha-os como ligas, correntes e retas, e não como curvas, vergões ou medidas de afastamento! Consideremos, pois, atitudes corretas e dignas de bons praticantes, não sendo-nos condizentes com a mentira e a maldade!  
Não soframos modificações egoístas, barganhando nosso jeito de ser e nossa natureza interior, pensando que, apresentando-nos de forma contrária num dia específico, seremos merecedores de grandes honras!
É-se inteligente não nos deixarmos envolver com o ato ridículo de falarmos manso, quando falamos só gritando; fazermos elogios, quando somos atrevidos; fazermos caridades, quando não somos misericordiosos! Assim, não sejamos bonzinhos em dias de graça e maldosos nos dias que se procedem ao outro!
         Alegremos, pois, com as épocas marcadas no calendário e também com as épocas que se fazem presentes entre nós! Além de que, não é um tempo de festa que qualificará nossa idoneidade, mas sim, a nossa maneira habitual de proceder no dia a dia!  
Façamos, então, com que nossos corações condizem com nossa maneira usual de ser, lembrando que comemorar significa agradecer; e agradecer nos intima a continuarmos aperfeiçoando um dia de cada vez!
Assim, pondo em prática essas regras, certamente ficará mais fácil mantermos vigilantes, mostrando uma identidade mais saudável, mais verdadeira e mais espontânea, estando-nos livres de falsidades e de possíveis contaminações!


                                                          Gláucia Cardoso

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O HOMEM INSTRUI E REPREENDE ÀQUELE QUE VERDADEIRAMENTE AMA!

Foi assim que aconteceu comigo: Fomos, e ainda somos uma família numerosa de dez irmãos, meninos e meninas saudáveis, atletas e artistas!
Em tempos distantes, dividíamos uma chácara de mais ou menos uns 300 alqueires de área, de fácil localização! Sua topografia era ótima, semi plana e totalmente acercada por nascentes e pequenas cataratas; cuja extensão de campo se fazia necessária para pastagens e plantações!
Naquela época, levávamos uma vida de rei, uma infância arteira, turbulenta e gostosa, não tendo tempo ruim para se fazer seleções! As árvores nos serviam de abrigos, e os campos abertos faziam de conta que eram nossos centros esportivos, parques e praças.
Ali, naqueles campos maneiros, ficávamos propícios a entretenimentos, quedas de braços, partidas de futebol e andanças de bicicletas, servindo também para ocasiões que dispensassem grandes formalidades, como namoros ou conversinhas moles!
Minha mãe cuidava do almoço, enquanto nós arávamos a terra para novas plantações de milho, arroz e feijão. Meu pai, aquele velho tinhoso, exigente, rabugento e chato, não parava de nos repreender, impondo-nos autoridade em cima de varas, xingamentos e correções!
Era ele um senhor muito magro, desajeitado, de falhos de barba, roupas maltratadas e de chapéu engraçado. Ficava pitando seu cigarro mal cheiroso, enquanto roçava a inchada pelo chão em busca de leguminosos para o nosso próximo desjejum! 
Às manhãs, enchíamos as latas de leite, ordenhadas pelas tetas das vacas, no intuito de destiná-las a usina mais próxima, na fabricação de doces, queijos, manteigas, etc.. A partir dali, começava nosso cansativo martírio, dentre tantas lutas, sofrimentos e trabalhos suados, visando atingir alvos para a família “Conrado”!
Quanto às nossas instruções e entretenimentos, apesar de morarmos na roça, sempre estudamos nas melhores escolas das adjacências, e frequentamos as mesmas festas e badalações!
Éramos os "irmãos prodígios", assim referido pela vizinhança enxerida, devidas cumplicidades e idades equivalentes a pouco menos que dois degraus. Quanto aos nossos nomes, começavam com uma mesma inicial, finalizando sempre com apelidos esquisitos, como Rui, Dete, Sôn e assim por diante.  
O tempo foi-nos passando tão depressa, como um sobrevoar de uma gavinha apressada! Crescemos o dobro do esperado, tendo-nos que nos transformar, de muitos a únicos!
Assim, nos individualizamos, personalizando uma aparência robusta, séria e incivilizada; dissociando, assim, nossa tão abençoada cumplicidade familiar!
Muitos de nós, ambicionados pelas modas tecnológicas das cidades grandes, havíamos conquistado independências, sendo preciso buscar um futuro brilhante em outras capitais!
Meus dois irmãos maiores, por exemplo, estando no terceiro semestre de um ano sugestivo a grandes plantações, imigraram para regiões vizinhas, no intuito de se estabelecerem remuneradamente!
            Digo também, que alguns, levados por gênios travessos e por caminhos tortuosos, envolveram-se em vícios, gandaias, jogatinas e drogas, arrependendo-se não muito tempo à data de hoje!
Todavia, olhando-os tomarem caminhos diversos, sabia que aquilo que era bom entre nós estava prestes a desaparecer, devido às novas práticas e os novos costumes indo-se de contra mão ao ambiente gostoso de chácara ao qual desfrutávamos!
Do mesmo modo que eles, eu também sonhava por um tempo melhor do que aquele que vivia na roça! Além de que, eu era um pião desajeitado e cru, um simples caipira, rústico e desbocado, mas de boa instrução!
 Porém, mesmo sendo um capiau de roça, não conseguia afastar-me daquela terrinha verde, abençoada e acolhedora, e nem daquela gente suada, atracada as suas rotinas chulas, rústicas e costumeiras!
Além de que, gostava de cuidar dos bichos, adubar as plantações, arar a terra e guarnecer os chiqueiros! Eram coisas que meu pai havia me ensinado, me instruído e me qualificado! Não sei dizer o porquê dessa minha escolha! Apenas amava o que fazia, e pronto!
Minha vida no campo era boa, quando comparada aos assomos da tecnologia das cidades avançadas! Eu não gostava do que ouvia nas rádios, televisões e jornais, quando me envenenavam seus noticiários sobre crimes, assaltos, contrabandos, extorsões, desastres, sequestros e mortes!
No entanto, uma coisa é certa, não estando em mim o direito de esconder, mentir ou omitir a verdade! Posso estar seguro de que essas práticas ruidosas também vinham sendo vistas em cidades de campo como a minha; pois, de fato, ainda hoje, a criminalidade vem contribuindo para a nossa desestruturação, atingindo todo o Brasil com suas facções contrárias às leis morais e aos bons costumes; chegando a ocupar parte dos terrenos cobertos por matos!
Reafirmo que temos vivenciado a violência aqui conosco, noite e dia, mas, porém, em grau inferior às grandes capitais! A meu ver, isto mostra que as propriedades rurais têm servido, muitas vezes, de pontos de esconderijos para desertores!
Mas, apesar dos pesares, aquela vidinha campesina e grotesca de campo era tudo pra mim, ainda que a tecnologia estivesse se estendendo cada vez mais entre os terrenos rurais! Eu tinha internet, mas não tinha amigos a quem compartilhar ou curtir! Eu tinha telefone portátil, mas faltava-me assunto para enviar torpedos ou mensagens!
 No entanto, uma coisa era certa e não pode ser esquecida: Era o trato rude do meu pai para comigo! Mesmo entrando em idade maior, abusando de eletrônicos modernos e comendo a melhor comida de campo, eu continuava sendo repreendido e admoestado severamente por aquele velho ranzinza, de mãos calosas, unhas compridas, cabelos crespos e veias grossas!
Não entendia a maldade de seu destratamento! Afinal, eu era o único que restara em sua companhia, dentre uma turminha boa de dez irmãos! Fazia tudo que me pedia, como seu vassalo, como um cumpridor de seus exercícios, um subordinado sujeitado a um capataz mal criado! Sentia-me como uma rocha do mar, sendo açoitada pelas ondas tempestuantes das águas!
Apesar de amar tudo que fazia, não tinha a menor pretensão de continuar sujeitando-me de escravo! O que meus irmãos haviam-me deixado de legado, era um pai frio, distante e autoritário; um dominador que me inquiria até as tripas do meu intestino! Assim, tinha que continuar na lida, trabalhando de sol a sol ou de chuva a chuva, sentindo-me desprezado, rejeitado e lançado aos abutres!
Para mim, os piores dias que já passei foram quando, em poucas vezes, meus irmãos vinham nos visitar! Eu ficava de butuca, silencioso atrás da porta, espiando aquele velho turrão sedentário, de sessenta anos, tomando-os em cerimônias e em muitos banquetes!
Era um tal de ficarem se abraçando, trocando presentes e se bajulando, como se eu não existisse na família, tendo-me como um João Ninguém desajeitado e sem prumo na vida!
As reuniões eram sempre ao ar livre, encerradas com as melhores carnes de curral e bebedeiras geladas, como cervejas, vinhos e cachaças! Ficavam curtindo os sons da viola de um errante cantarolador, ou mesmo, ouvindo os grandes mestres nacionais no aparelho de som!
Quanto a mim, que sempre estive do lado daquele velho ranzinza e ingrato, nunca fui recebido com honras ou aplausos, só arrogâncias e mandatos; e nem ao menos as migalhas dos banquetes me sobravam, tendo que me refugiar aos porcos, cavalos, gatos e cachorros!
Enquanto meus irmãos cheiravam perfume francês, eu fedia estrume de boi, lavagem de porco ou merda de vaca! Lembro-me de vê-los desfilando suas roupas caras e importadas, enquanto me contentava com meus simples trapos e minhas botas desengonçadas!
Muitos anos fiquei me excomungando entre campos, pastos e chiqueiros, executando serviços braçais, quando também, ia acumulando muitas raivas! Chorava sozinho, totalmente amargurado e constrangido pela indiferença e insensibilidade do meu pai para comigo! Achava que não me amava o tanto como amava os seus filhinhos queridos, ingratos e mal agradecidos! Filhos que o deixaram desamparado, o rejeitaram e se envergonhavam de seu mal cheiro e de seus maus trapos!
No entanto, como tudo que é vivo um dia acaba se definhando, meu pai entrava nessa fase de mudanças físicas e psicológicas! Suas forças esgotaram-se, tornando o corpo mais frágil e delicado! Seus cabelos esbranquiçaram, perdendo os reflexos auditivos e as capacidades visuais! Para andar, precisava ser amparado por bastões, homens ou andadeiros! Por consequência, dependia de mim para locomovê-lo a um simples banheiro, estando completamente sujeitado aos meus cuidados!
Eu o olhava ao ponto de vomitá-lo as minhas indignações e os meus conflitos internos! No entanto, ele apenas sorria-me de modo único, angelical e gostoso, tratando-me à vontade e com melhores sutilezas!
Num certo dia que não estava esperando, senti que me olhava de um modo diferente aos outros dias, como se quisesse e precisasse me dizer algo! No entanto, lembro-me de vê-lo suspirar algumas vezes, mantendo a garganta estrangulada e os olhos úmidos. Logo, falando baixinho, engasgado e muito cadenciado, recostou-se ao meu peito ofegantemente e se alegrou!
Eu tinha pena dele, ao mesmo tempo em que não me sobrava qualquer tipo de afeiçoamento, carinho ou remorso! Estava ferido, dilacerado e compromissado com meus traumas e minha vulnerabilidade caprichosa!
Queria chorar, como todas as vezes que chorei sozinho! Mas as lágrimas vinham secadas dos olhos, motivadas pelo brio desgostoso e pelo meu maldito orgulho ferido!
Assim, antes que alguma coisa inútil e imprestável saísse de minha garganta, ou que, porventura, lhe faltasse com algum respeito, ele, simplesmente, topou mão em parte do meu braço, dizendo-me seguidamente: "Filho meu! Estou velho e acabado! Minhas forças esgotaram-se! A você, tenho confiado o meu campo, minha chácara, minha usina de leite, meu gado, minha plantação e minha vida! Em minha mocidade, o treinei para que fosse melhor que a mim nos dias de minha velhice! Vejo que meu esforço e investimento não foram em vão! Estou feliz porque vejo que és o meu melhor soldado, ao qual, o que nunca vi nos seus irmãos, sempre enxerguei em ti! Assim, tudo o que é meu, se torna nosso!"
Emoção maior não poderia sentir naquela hora! Emocionadíssimo, fiquei-me autoflagelando à custa de remorsos e arrependimentos, devidas injúrias atiçadas contra ele no passado! Deveria saber que aquele velho autoritário me amava incondicionalmente, ao ponto de preparar-me para as boas colheitas dos dias vindouros!
Tinha que ter em mente que, como pai, nunca desprezaria ou deixaria de amar seus outros filhos; filhos ingratos, que se esqueceram de seus conselhos, que se comprometeram com gastos excessivos, que se individualizaram em cidades grandes e que lhe abandonaram!
Todavia, tendo em memória a parábola do "filho pródigo", hoje entendo o seu tão maravilhoso legado para comigo! Certamente, sempre amou esse seu filho rejeitado acima de toda riqueza, todo dinheiro e toda magnificência; sabendo que nunca me desampararia, assim como jamais viria sair do meu convívio!
Se não fosse por ele, eu não estaria ali! Afinal, confiava em mim e me amava incondicionalmente, ao ponto de entregar-me tudo que havia conquistado durante uma vida inteira!
Eu era seu sucessor, àquele que levaria seu nome, que seguiria adiante os seus interesses, os seus costumes, os seus ideais e os seus planos, como uma corrente ligada a fios elétricos ou a elementos condutores!
Oh grande homem que queria apenas o meu bem, e que, todo tempo me ensinava, me instruía e me fortalecia, não me deixando afastar do ponto de partida e nem estragar os meus valores!
Hoje, tenho ciência que precisei passar pelo fogo, ser repreendido, instruído e admoestado, para, somente depois, vim receber tão maravilhosa benção e recompensa!
Tive que ser trabalhado, moldado e lapidado, como joia rara, preciosa e de boa qualidade; tendo agora que dar sequência àquilo que meu querido e velho pai tinha principiado e adquirido por meio de esforços e trabalhos brutos!

Afinal, assim como Deus Pai nos instrui, nos capacita, nos ensina e nos exorta, sendo-nos considerados seus filhos amados, na sua vez, o homem também é capaz de instruir e repreender àquele que verdadeiramente ama! Aliás, foi assim que aconteceu comigo!

 
                                Texto ilustrado em primeira pessoa, cujos protagonistas são fictícios!
                                                                                       
                                                                    Gláucia Cardoso

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O NATAL NÃO SE CRIA! SIMPLESMENTE ACONTECE!

Tudo começou assim: Já passam das seis horas do dia vinte e quatro de Dezembro, num espaço compreendido entre o finalzinho de tarde e a entradinha da noite! Os postes começam a arder suas luzes artificiais, simulando um espetáculo de autos brilhos! A noite promete ser quente, devido tempo que se faz mormacento! As ruas estão um caos, lotadas de gentes apressadas, carregadas de suas inúmeras sacolas e pacotes coloridos!
Às sete, um menino andarilho atravessa o betume do asfalto vizinho! Traz pelas mãos calosas, uma espécie de saco de dois fundos, usado como tipo de bolsa para mendicantes! Os pés não se aguentam de tantos calos, cujas chinelas velhas é que fazem o trabalho pesado!
Sobre o rosto perebento, esconde as marcas da sofreguidão, cuja roupa lhe evidencia a sujeirada física, quanto, também, as suas manchas e seus borrões! Mesmo assim, não pára seu trajeto, movendo-se de lá pra cá em ritmo acelerado, sendo insistente e bastante preciso nas suas convicções!
Após um período de espera, durante uns sessenta minutos mais ou menos, precisamente às oito da noite, sai o menino atropelando quem se vê pelo caminho! Tem urgência de comparar os adornos natalinos das residências coloniais, atento as vidraças frágeis e as cortinas transparentes!
 No interior das casas, avistam-se pais, mães e um bando de jovenzinhos salientes, às vésperas de mais um nascimento de Jesus!
Lá dentro, se há momentos harmônicos, de paz, confraternizações e regozijos; enquanto, lá fora, a cena é outra, de muita tristeza, ao ver um menino pobrezinho e raquítico à espera de sua bola de couro ultra lV, seu skate red nose e seu par de tênis all star!
No decorrer das nove horas, crianças saem anestesiadíssimas de suas moradias, deixando para trás seus parentes ao som de grandes hinos! O menino logo os enxerga, comovidíssimo, quando conjuntam olhares perdidos para o céu estrelado! O que buscam do alto, o buscam com adesão e adrenalina, ansiosos pela aparição de alguma rena encantada, ou mesmo, de um velho de barbas brancas, cabelos de neve, roupas vermelhas e botas desengonçadas!
Atento neles, o menino então sacode o pó de suas chinelas velhas, voltando o olhar na direção das chaminés! "Será que papai Noel existe mesmo?" Pergunta para si mesmo!
Logo, precisamente às dez da noite, uma lâmpada tubular faz passar pelo fio condutor a sua corrente elétrica, revestindo as lampadazinhas e suas cascatas pintadas de cores vivas! O cenário é encantador, magnífico e apaixonante; lembrando que o natal tem a função de tornar o ambiente autêntico, consagrado e mais gostoso!
Chegando às onze horas, as mesas já estão postas e fartas, repletas de coisas saborosas e gostosas! Acompanhados aos pratos, talheres e guardanapos, estão, pelo menos, três tipos de carne assada: "Perus ao molho espesso, chesters ao molho tinto e pernis com especiarias!
Os arrozes de forno vêm por último, coligados aos tutus a moda antiga, as farofas cook delights e as variadas frutas secas! Também não podiam faltar as bebidas geladas, aromáticas ou quentes, e os copos e taças transparentes!
O menino pobre, já aflito, olha para os ponteiros do relógio mais próximo: Está prestes a tocar as doze badaladas! Então ele corre, corre muito, totalmente desesperado, na ânsia de buscar o seu tão desejado presente! No rosto, traz expressões afoitantes, acompanhadas por uma dificuldade imensa de respirar!
No momento em que corre, o céu fica piscando e se abre rapidamente, ardido pelos shows pirotécnicos e pelas labaredas dos foguetórios! São vistas dezenas de pessoas se abraçando, tantos brindes, tantas alegrias e tantas confraternizações; ficando difícil, para um menino de onze anos, vir fazer parte de tais cordialidades e comemorações!
Do mesmo modo, voltando a olhar de esguelha, fatalmente encontra os seus presentes, centenas deles, esparramados em poltronas, tapetes, jardins, ruas e avenidas! São dezenas de crianças brincando com suas bolas de couro ultra lV, seus skates red noses e calçando seus tênis all stars!
Desde as doze da noite até às quatro da matina, as horas disparam violentamente: uma, duas, três, quatro, e nada do seu presente chegar! "O Natal realmente não existe! Bando de mentirosos mal intencionados!"  Conclui com seus próprios botões.
Todavia, frustradíssimo, finalmente priva-se daquilo que esperava com tanto ardor; tirando de si o gozo que sentia pelo natal!
Assim, volta angustiado e abatido para casa! Uma casa humilde e sem conforto, afixada numa ruinha torta e desbarrancada!
Sua barriga fabrica bolhas, tendo pressa de chegar antes do galo cantar! Além de que, seus pais devem de estar lhe esperando, para juntos deslancharem a tão esperada e grandiosa ceia de Natal: Um prato de arroz com feijão frio, e uma fatia de ovo frito!
Dias se passam, assim como semanas, meses e estações! Quanto ao menino, continua desesperado, realizando seu trabalho bruto e suas tarefas humilhadas do cotidiano!
Porém, aconteceu que, o menino, finalmente, viera descobrir o valor de seu Natal num dia em que não estava esperando; num tempo onde as ruas encontravam-se quietas, desabitadas e sem enfeites natalinos!
Nesse dia, bem distante da próxima data natalina, as pessoas estavam sem paz, sem harmonias e sem educações, voltadas no seu mundinho único, isolado e cheio de complicações!
E tudo terminou assim: Era às vésperas de um tempo difícil! Nesse dia, o céu não está grandemente limpo e as calçadas encontram-se tão porcas!
O menino, revirando os lixos domésticos, longinquamente, avista outro menino! Suas idades parecem igualadas, do contrário, são suas vestimentas: A de um, estão sujas e rasgadas, e a do outro, encontram-se aparentemente limpas e apuradas!
O menino, de vista nobre, traz pelas mãos uma caixa plana, mediana e com ângulos retos! A intenção é de atirá-la para a lixeira, devido a pouca utilidade e pouca serventia!
Assim, parados frente a frente, ficam se observando, estabelecendo diferenças e padrões: Um: pobre, magro, sujo e desajeitado, enquanto o outro: rico, isento de imundícies e bem aparentado!
Parecendo fácil, como de costume, o pouco favorecido inquire ao outro uma pergunta: "Tem alguns recicláveis pra mim?" Ao que, o outro, rapidamente lhe responde: "Não tenho não! Apenas trago comigo restos de outros natais!”.
Todavia, antes de jogar a caixa ao lixo, o de condição boa se compadece do de ruim condição, levado pelo sentimento misericordioso! Assim, gentilmente lhe doa a sua caixa de papelão! De diferente modo, o menino pobre não lhe agradece, apenas sorri entre dentes e sai!
Mantido ainda desanimado pela esperança perdida, continua, então, a garimpar os monturos de lixo em busca de melhores recicláveis, até o findar do sol e o renascer da lua! Daí, já agastado pelo trabalho suado, decide assentar-se no meio fio, intencionado de abrir aquela bendita caixa de papelão!
Abrindo-a, para sua surpresa, lá está a bola de couro ultra lV, o skate red noses e um par de tênis all star, sendo apanhados em fragrantes e em perfeitas condições!
 “Nossa! Precisavam ver o feitio de seu rosto claro, brilhante e espairecido! Jamais se igualará felicidade maior do que a desse dia qualquer!”
O menino havia se engasgado pela euforia! Assim, impulsiona o corpo do chão a procura de sua própria altura, como num salto! Por consequência, calça seu tênis all star, jogando fora as chinelas velhas; cinge com os braços a sua bola de couro ultra lV e, seguidamente, trepa no seu skate red noses, seguindo feliz caminho a fora!

Para esse menino tão desajeitado, triste e desesperançado, esse dia tão corriqueiro e dado como um dia comum, assinalará o seu melhor dia de Natal! Um Natal inspirado pelas graças, bondade e pelo grande amor de Cristo, que não esquecera, em nenhum momento, de suas preces e de sua miserável condição!
Além de que, o Natal não ilustra indicatórios de tempos, meses e anos; e nem a paz, alegria, amor e fraternidade poderão ser anulados fora de uma data específica, ou mesmo, de um tempo criado em cima de regras, doutrinas e exceções!
O que podemos realmente concluir é que o Natal não rejuvenesce apenas no dia 25 de dezembro! Ele simplesmente acontece, manifesta-se e revela-se inesperadamente em épocas não determinadas pelo homem! Lembrando que Deus não sobre-existe numa simbologia inventada sob formas prescritas ou datas comemorativas!
            Verdadeiramente, Ele, sendo o criador da humanidade, se faz onipresente, onisciente e onipotente, enquanto nós, como criaturas, somos feitos à Sua Semelhança! Assim, como ovelhas de seu aprisco, devemos respeitar o Natal, vivenciando-o um dia de cada vez!


                                                                   Gláucia Cardoso    


segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

AFINAL! O HOMEM EVOLUIU OU RETROCEDEU?!

Existem inúmeros conceitos sobre a evolução do homem quanto a sua espécie, transformação e desenvolvimento progressivo! Basta correlacionarmos esses processos evolutivos com a ciência, história e matemática, ou mesmo, levantar hipóteses teóricas que possam até ser convincentes, mas que, na verdade, não passam de ideias principiadas de achados arqueológicos!
Pois bem! Muito se fala sobre a origem dos homo sapiens, primeiros ancestrais surgidos há milhões de anos atrás! Segundo estudos científicos, esses tais se diferenciavam dos demais primatas pela sua capacidade de adaptação, postura ereta, atuação e raciocínio!
Temos ai a famosa “Lucy”, o primeiro ancestral bípede preservado durante anos! É claro que na comparação com as estruturas ósseas dos seres humanos, torna-se evidente que nossas características se assemelham muito com os macacos.
No entanto, devemos levar em conta que também temos parecenças com outros bichos, como os cachorros, por exemplo, que são capazes de produzir um som ofegante e que demonstram estarem felizes, tristes, bravos ou depressivos! Ou mesmo, quando somos imitados pelo “papagaio”, ao qual tem a capacidade de falar, tendo sensores que o permite estar sempre ativo, como também, de segurar o alimento com o próprio pé!
Por conseguinte, podemos falar sobre a evolução do homem em cima de conhecimentos adquiridos por cientistas, arqueólogos, historiadores e até professores de escolas públicas ou particulares!
Todavia, o que temos ouvido de psicólogos, leigos e de pessoas de todo tipo, é que essas mutações e metamorfoseamentos, em vez de evoluírem, estão retrocedendo cada vez mais, à medida que evidenciamos e modernizamos os fatos!
Na altura em que estamos agora, inseridos num mundo tecnológico cheio de eletrônicos e regalias, o que se é colocado em questão é a maneira de deixarmos de lado as instruções primitivas, exempladas dos tempos remotos, dando lugar a meios mais práticos e fáceis de manusear!
Vejamos bem: Se as propagações da história antiga se encaixam, ou as mentiras e verdades não se confirmam no que diz respeito à mutação do macaco para o gênero humano, podemos, sem dúvida, levantar questões sobre o que temos visto hoje em dia: "Um mundo de androides sendo controlados por dúzias de abutres!”.
Então, podemos concluir de fato que, no mundo atual, o homem vem se assemelhando cada vez mais com os macacos e com os bichos dos tempos primitivos!
Digo “androides” para que saibam da nossa condição "homem máquina", e digo “macacos” para que possam comparar as peripécias do “homem arteiro”, ao qual, literalmente falando, vivem isolados, são temperamentais, velhacos, astuciosos e muito radicais!
Assim, metaforicamente, vimos macacos se sujeitando a macacos e primatas sendo guiados por primatas, sendo forçados a trabalhar duro para cumprir regras e leis; andando em obediência aos que vivem se alimentando de coisas mortas!
Sim, minha gente! Estamos vivenciando a era do caos, dos primeiros primatas e descendentes de zumbis, submetidos pelo medo, pela revolta, pela cobiça, pelo desespero, pela impunidade e pela vergonha, sendo dependentes daqueles que crescem em cavernas remotas!
Usando a lógica desse raciocínio, pode-se claramente complementar que a evolução ainda não fora concretizada - como muitos dizem por ai - graças à capacidade do homem de ficar andando para trás, em ritmo morno e em fase de processamento!
Vejamos bem: Muito se falam em globalização, avanços tecnológicos e crescimentos avançados! Convenhamos que essa tal de tecnologia moderna tenha realmente contribuído, e muito, para a nossa valorização sociocultural e para nossas faculdades intelectuais - imaginação, raciocínio, lógica, memória e concepção - quando vemos o homem sintonizado com mídias, máquinas, e entretenimentos coligados a telas de computador, TVs de alta resolução, automóveis adaptados, e uma selva de celulares, laptops e etc...!
Todavia, tudo leva a crer que realmente estamos em vantagens em relação ao homem primata, que usavam de instrumentos de pedra, marfins, fogo, arcos e flechas para caça/defesa, e cabanas cobertas de pele para sobreviver!
Assim, tomando base dessas diferenças, reafirmarmos que, o homem atual, em vez de crescer, se definha! Analisaremos, pois, essa questão, sabendo que, o que era para evoluir, a meu ver, parece estar retrocedendo!
Vimos tantas tecnologias, tantos suportes de última geração, tantos eletrônicos e modernidades, e o homem, simplesmente, insiste em continuar se degenerando! É triste!
Há pouco tempo, praticamente ontem, podíamos de modo livre, transitar pelas ruas, avenidas e praças das cidades, indo-se conforme nos parecesse útil e agradável!
Hoje, infelizmente, vivemos trancafiados, arredios e presos num mundo arteiro e ilusório, cheio de hipocrisias, contrabandistas e bestas! Nosso estado emocional não nos deixa mentir, resultante da consciência de perigo, ameaça e terror, quando vemos “gente tendo medo de gente, gente aterrorizando outras gentes e gente matando outras gentes”!
Estamos aprisionados por feras, por homens das cavernas e por selváticos contemporâneos!  O mundo se tornou um motim, uma floresta de grande extensão animalesca; um labirinto complicado, cujos caminhos não se interligam e nem se igualam! Isto não é uma lástima?
Acredito que o homem sem cultura vive em função de detonar os que buscam cultura, devida baixa estima alteradíssima ou instruções negativas de berço! Daí, o motivo para se portarem como loucos, como asnos, tendo que manter suas superioridades de macacos para se sentirem melhores consigo mesmos! São, na grande maioria, primatas de última geração, que, em vez de evoluírem, degeneram, em busca de carcaças, carniças e marfins!
A ordem desses caçadores é de indicar, por meio de autoridades supremas, o seu domínio, poder e força maior; usando o fogo, descoberto pelos primeiros primatas, como artifício para cozer a caça, e, consequentemente, os “arcos e flechas” - também conhecidos como revólveres - para se posicionarem como líderes de “clãs” – também chamadas de cidades!
Sabemos que no período da pré-história, o comportamento de nossos ancestrais apresentava hábitos tão iguais quanto aos nossos macacos contemporâneos, subtraindo apenas um fato: A dos primatas de antes serem ignorantes, e aos de hoje serem superficiais!
 Não é segredo nenhum dizer que enquanto os antigos usavam de pedras e paus para se protegerem de uma situação ameaçadora, os macacos de hoje usam de armas e metralhadoras mais sofisticadas, a procura de presas fáceis, desprotegidas, carentes e desamparadas; nascendo, assim, o período de perseguição ao inimigo!
A produção dos rudes instrumentos na época das cavernas, não só denotava inteligência e capacidade do homem de raciocinar e ir-se além, mas, como também, lhe capacitara a desenvolver grandes coisas, como essa tal de tecnologia moderna!
Venhamos crer que, os homens pré-históricos eram rudes na verdade, mas que, não passavam de grandes artistas ignorantes, por não estarem coligados a tecnologia e as ciências dos nossos primatas atuais!
Do contrário, os animais de hoje, mesmo estando adestrados, instruídos e globalizados por máquinas e sofisticações, ainda vivem em pontos de agulhas, perseguindo presas e arrumando confusões em casas alheias; mantidos as mãos e pés por unhas afiadas! Vimo-los por ai, recolhidos em gaiolas ou em prisões, escondidos em cavernas sujas ou brindadas! Realmente podemos chamar isso de evolução?
Cheguemos, então, a conclusão que, até a época presente, o homem atual ainda não se aperfeiçoou como deveria; continuando a usar de armas cada vez mais polidas e bem mais sofisticadas que as pedras lascadas!
Assim, penso eu que, quem sabe durante a grande revolução de mais ou menos uns 10 milhões de anos depois, esses primatas contemporâneos possam realmente se desenvolverem, se aperfeiçoarem e se unirem às suas tribos modernas, ou mesmo, regredirem para suas respectivas cavernas subterrâneas!



                                                                                    Gláucia Cardoso


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

EM QUAL SINAL GRÁFICO VOCÊ SE IDENTIFICA?



 Os sinais gráficos são partes integrantes da ortografia, empregados como recursos básicos e essenciais a um grupo de palavras, no intuito de darem sentido completo as frases, textos, versos e expressões! 
Estão representados em quase todo globo terrestre, sendo os mais aprendidos, os mais ensinados e os mais utilizados! Sua função é prestar-nos serviços de correção, instrução, apoio, auxílio e capacitação, proporcionando-nos falas mais claras e soltas, e escritas mais adequadas e dinâmicas!
Os papéis dos sinais de pontuação podem ser vistos como provisórios, transitórios ou temporais, mas, para mim, são considerados permanentes! Pode-se ditar uma versão mais aberta de que seus conceitos nos sirvam realmente de base e de estrutura, como expressões de sentimentos, tais como, empolgação, dúvida, clareza, surpresa, interrogação, indignação, interrupção, explicação ou continuidade!
Pois bem! Tendo em visto que esses argumentos obrigatórios, prescritos pela gramática, nos sejam úteis, usá-los-emos também em nossa "condição sócia humana", a fim de determinarmos em qual sinal gráfico nos encaixamos! Lembrando que o intuito dessas abordagens será apenas de definir, determinar e revelar o que realmente somos como matéria!
Começaremos, então, citando alguns comparativos entre "os indivíduos e os sinais gráficos":
            Indivíduos "parênteses" - Podemos facilmente classificá-los como aqueles mais quietos, tímidos e neutrais! São os que se isolam facilmente diante de um determinado problema ou circunstância, não prestando favor de comentar ou argumentar algo que possa ser útil ou inútil, positivo ou negativo!
Servem para ouvir, mas não prestam para abortar, instruir ou capacitar, vivendo no seu "eu" exclusivista, sendo arredios e entre partes!
Alguns invocam obstáculos, enquanto outros desempenham o papel de intermediários! Todavia, sempre voltam para suas reservas particulares, interpostos no seu mundinho preservado de "não sei para quem ou não sei para onde"!
            Indivíduos "aspas" - Contrário aos indivíduos parênteses, são considerados as "aspas do caminho" por serem indivíduos ostentosos, suntuosos e exagerados! São os que se destacam, citam, realçam e aparecem frequentemente!
Tem o costume de opinarem e de se expressarem por meio de ênfases e falas exageradas, no intuito de impressionar e exprimir ironias, desejos ardidos e sentimentos sublevados! Possuem uma enorme necessidade de serem destacados, realçados, vistos, contemplados e aplaudidos!
Indivíduos "reticências" - Como o próprio nome diz, são aqueles reticentes, hesitantes, medrosos e duvidosos! Na verdade, vivem suprimindo coisas, fatos, sonhos ou ideias, no intuito de que, na dúvida, seus desejos venham ser lesados ou traídos!
No início, levantam falas adequadas e questões maravilhosas, construindo ideias geniosas e precisas! No entanto, acabam deixando tudo no meio do caminho, não os deixando fluir; sendo incapazes de terminá-los, de desenvolvê-los e de adaptá-los! São, por natureza, imaturos, frágeis e inseguros, silenciando aquilo que poderia ser útil e agradável!
Indivíduos "travessões" - São os considerados atravessadores, saltitantes e inquietos! Tem o costume de interromperem hábitos e padrões, saindo de um lugar para se posicionarem em outro! Vivem pulando objetivos, desmanchando sonhos e desestimulando tarefas, usados sempre de escalas numéricas!
Geralmente não tem padrões e nunca sabem o quer, vivendo pulsados de grau em grau! São ágeis na verdade, ora subindo etapas ora saindo de suas posições iniciantes!
Devida pressa, vivem guiados por ideias constantes e repetitivas, manifestando-se sobressaltadamente, e sendo muito ágeis e astutos! No entanto, conseguem passar facilmente pelos obstáculos, para não gerarem conexões, questões ou atritos vizinhos!
Indivíduos "dois pontos" - São chamados de "bons administradores", sendo considerados aplicadores, citadores ou referentes! São os que se anunciam, esclarecem e explicam detalhadamente, levados por inúmeros pormenores!
Normalmente se observam gestos em suas falas, quando expressam ideias por meio de descritivos, objetivos e clarezas! Vivem sugestivos a evidências, quase sempre às vistas de todos, quando pausam para respirar no propósito de fazerem citações!
O intuito é de ouvirem para depois opinarem, sendo legítimos e minuciosos nas suas explicações, usados de observações, teses e notas! Entre eles, tudo é feito com maior segurança, cuidado e muita atenção, para não serem sugestivos a erros e falhas!
Indivíduos "ponto e vírgula" - São os que gozam de elevada admiração, pela sua capacidade de pensar, raciocinar e refletir antes de agir! São os chamados precavidos e acautelados, sabendo pausar o que lhes aborrecem ou aquilo que lhes sobrevém de maneira duvidosa!
Procuram evitar os perigos, sobrecargas, conflitos e questões mal definidas, usando o máximo de cautela! São indivíduos autênticos que, mesmo caindo, tem convicções e esperanças para continuar prosseguindo em frente!
Indivíduos "pontos de interrogação" - Podem ser chamados de curiosos, enxeridos, questionadores e perguntadores! Vivem sondando naturezas e suspeitando os hábitos dos outros, levados pelo número exagerado de inquéritos, questões e interrogatórios!
Tem a função de induzir outrem com perguntas tolas, indiscretas e duvidosas! São, por natureza, indivíduos conflitantes, devido atritos, exames e perguntas sem fim! Não fazem além de questionar, indagar e discutir; pondo-se, até entre si mesmos, conflitos, dúvidas e divisões!
Indivíduos "pontos de exclamação" - São docilmente chamados de "sensíveis poetas", devida maneira de expressar seus sentimentos! Tem o costume de serem obedientes e submissos, mantidos numas consciências íntimas, misericordiosas e puras, quando associadas as implicações externas do dia a dia!
Na verdade, considerados dóceis, não deixam de compadecerem da desgraça alheia! Impressionam-se facilmente, não voltados para escândalos!
Mas, porém, devida sensibilidade alta, se abalam com maior frequência, não suportando os abalos múltiplos e as interjeições! Aliás, não sabem lidar com surpresas, sustos e problemas, ou mesmo, não conseguem parar de sofrerem por algo tido como desnecessário!
Indivíduos "vírgulas" - São indivíduos breves, ligeiros e de poucas palavras! Tem o costume de fazerem separações ou acepções, abreviando termos e assuntos vizinhos!
A maioria visa um comportamento artificial, alterável, frequentemente voltado a mudanças de lua! De um lado são dóceis, amigos, gentis e sinceros; doutro, não passam de militantes hostis, que não provocam, mas também não perdoam; que não debocham, mas também não instruem!
Indivíduos "Pontos finais" - De todos citados e analisados até agora, os indivíduos pontos finais são os que mais chamam atenções! São aqueles que põem termos, concluem resultados e se dão a pausas máximas!
São considerados autênticos e determinados, pondo fim a prática de resoluções inacabadas: Se sim, sim; se não, não! E nunca usam o talvez! São os que fecham argumentos, aniquilam conflitos e encerram questionamentos, independente dos resultados, se bons ou ruins!
Facilmente sabem donde parar, indo até o fim com seus objetivos!

Vimos, portanto, que a regra da pontuação realmente possa muito bem nos servir de comparativos, no intuito de nos auto definir, nos distinguir e nos conhecermos melhor, devido valor que se tem os parênteses, as aspas, as reticências, os travessões, os dois pontos, o ponto e vírgula, os pontos de interrogações, os pontos de exclamações, as vírgulas e os pontos finais!
A lógica de tudo é que, usando essas práticas ortográficas, fica fácil concluir que todos os indivíduos se equivalem de encaixes, ajustes e adaptações, sejam eles úteis ou improváveis, semelhantes ou pressupostos!
O importante é não questionarmos qual seja nosso teor, devendo de nos auto firmar diante de nossas características, aptidões e expressões autênticas! Só assim nos certificaremos de nosso conteúdo interior e de nossa naturalidade junto à gramática!
      Então, tirando induções dos sinais gráficos aqui se revelados, e diante de tais características apresentadas em formas abreviadas, pergunto-vos: Em qual sinal gráfico você realmente se encaixa?

                                                        Gláucia Cardoso


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

MEUS AMIGOS SIMPLESMENTE DESAPARECERAM....

Estou rendendo-me ao cansaço, a fraqueza física e ao descontrole íntimo, muito próximo de por fim nas minhas buscas! Na verdade, cheguei a atravessar rios, rodear florestas, escalar montanhas, indo além que terra e mar, e nada! Meus amigos simplesmente desapareceram! Estou ao ponto de vomitar e perder a cabeça!
Vivo diariamente calculando o lugar donde errei, determinando pontos, associando colchetes e abrindo parênteses! Mas, infelizmente, não consigo encontrar respostas concretas e nem entender o motivo certo de terem-me abandonado! Talvez não sintam qualquer remorso, ou mesmo, não tenha sido eu uma melhor companhia!
Nossa! Ainda lembro-me de quando éramos crianças! As lembranças vagueiam em minha consciência voadora, desnorteando-me incessantemente! As verdades que digo e os sentimentos que sinto, não me deixarão passar por mentiroso! Afinal de contas, partilhávamos de coisas tão íntimas, tão intensas e tão profundas! Era tudo tão mágico, excitante, comovente e tentador, ao qual nunca me esquecerei disso!
Por que isso agora? Por que me deixaram tão só, amargurado e preso num marasmo? Tenho muito que falar, muito que perguntar e muito que aprender! Novidades não faltam para contar, criticar ou favorecer, sabendo que as fofocas não param, simplesmente voam!
Donde se meterem esses bandeirantes? Onde, como, ou a quem recorrer?
Éramos tão felizes, tão presos um ao outro, tão companheiros, tão dependentes e cheios de vida! Não consigo imaginar o motivo desses deslizes, quando me abandonaram e separaram de mim!
Sempre os tratei amigavelmente, sem arrogância, sem ironia, sem hipocrisia ou comparações! Nenhum momento deixei de ampará-los, de ouvi-los, de agradecê-los e de amá-los! Não fui negligente, nem egoísta, nem praguejador e muito menos farsista!
Hoje me entrego ao caos dos meus anseios, inspirado pela agonia, esperança, vergonha e dor! Estou sendo guiado pelo cansaço, pelo vazio e por insistentes procuras! Valerá a pena insistir?
Vivo de suspeitas, de expectativas, de suposições e desconfianças, imaginando coisas, criando histórias, roendo livros e valendo-me de buscas eletrônicas! Até onde vai parar essa “levanta a caça”? A tecnologia está ai me proporcionando caminhos para maiores investigações e pesquisas! Mas, infelizmente, parecem que esses meus amigos realmente sumiram do mapa!
Os computadores até que podem me prover de benefícios, trazendo-me seus armazenamentos de dados; mas, porém, não conseguem materializar meus amigos para mim! Isso não existe! Além de que, eles são feitos de carne e osso, e não constituídos por mecanismos, fios, latas, sensores ou pedras, apesar de senti-los como os tais.
Andando pelas ruas vejo seus rostos estampados nos outros: um de cor de jambo chamou-me atenção; outro, de trigueira e púrpura atentou-me à observação! Também não esquecerei os brancos cor de neve, os de claras de ovos e os rostinhos em lua cheia!
Tudo me lembra vocês, bando de amigos ingratos e mal agradecidos!
Oh inseparáveis companheiros! Para onde foram e para onde desapareceram?  Por que me desamarraram e deixaram-me assim tão só, tão carente e sem força?
Não consigo conter as lembranças! Elas me machucam, me isolam e esmagam meus neurônios! É terrível! Por mais que penso, não quero ficar reproduzindo aquilo que fazíamos no passado! Isso me agonia, me entristece e me apavora!
Éramos peraltas sim, e intensamente bagunceiros! Lembram-se de nossas conversas tolas às cercas do pasto e do galinheiro? E quanto às campainhas acústicas, quando acionadas em rebelião? Guardo nas lembranças as nossas roupas tão justas e encardidas, que as chamávamos de bate enxugas quando postas, somente aos sábados, sobre os varais!
Lembro-me que falávamos de coisas tolas, tão loucas, tão indecentes, tão maliciosas, tão malucas e tão nojentas, não é verdade? Eram tantas bobagens, tantas azarações, tantos deslizes, tantas malícias e tantas propagações!
Talvez não possam ler esses meus sinceros e suplicáveis discursos! Talvez nem se lembrem do que havíamos feito e vivido no passado! Ou mesmo, nem possam sentir as mesmas compulsões e expectativas ao qual venho sentindo durante muito tempo! Quem sabe, nem se lembram mais de mim!
Eu era aquele jovem palhaço, um atleta desajeitado, um portador de miopia e admirador de lentes! Gostava de tocar piano, cuja flauta ignorava! Amava andar a cavalo, cujo pai me ensinava!
Hoje, posso afirmar que sou um jovem adulto esperançoso, que cresce, mas não amadurece; que aumenta, mas que continua diminuindo! Devidas saudades que não passam, anseio em vê-los urgentemente, recordando do tempo em que éramos apenas quatro ou cinco!
Assim crescemos juntos, naquela rua desengonçada e ladeada por cercas e muros! Não era favela, mas também, não podíamos considerar nossas casas como palácios! O importante fora que nos conhecemos ali, naquele lugar simplório e sem muitas luxúrias, ao qual passamos nossos melhores momentos e nossas melhores aventuras!
 Ali traçamos caminhos e idealizamos grandes planos, não é verdade? Estávamos aliados numa só corrente, lembram-se disso? Corrente essa de curto alcance, encontrada largada para o lado e reduzida aos farrapos e aos milésimos pedaços! Sim, pedaços de associamentos, de cumplicidades, de lealdades e de amizades!
Tenho que me acostumar com isso, com a individualidade, comodidade e implicações do dia a dia! Coisas essas que levamos nós, grandes amigos, a entrarmos em choque nesse mundo externo de cão! Um mundo individualista, sem paz, sem ordem, sem padrões, sem brilhos e sem amizades!
Preciso urgentemente desprezar essa ânsia no peito e concluir logo as minhas anotações e buscas! Estou cansado demais para ficar correndo atrás do vento, atrás de quem não me quer mais como amigo íntimo!
Tenho que conformar que meus amigos simplesmente desapareceram! Acho que não voltarão mais e nem se lembrarão desse velho sonhador, pobre e rejeitado; sendo inútil reconstituir os cacos de quem não me corresponde mais nenhum agrado!



                                                         Gláucia Cardoso